Há alguns dias, escutei uma palestra, e o palestrante falou algo que nos marcou, pois é exatamente como nos sentimos com toda esta situação que acontece no Brasil.

Ele afirmava que era BRASILIANO e não brasileiro, e eu passei a me considerar BRASILIANO também. BRASILIANO é que pertence, como Italiano, Americano, Baiano, Paulistano, etc. Eu pertenço ao Brasil, ao Brasil que queremos, não o que vivemos.

O Brasileiro, é como fomos chamados pelos Portugueses que nos descobrimos. Como a corte portuguesa, não tinha intenção de permanecer por muito no Brasil, fazia tudo do “Jeito Brasileiro”, daí criando nosso triste e famoso “jeitinho brasileiro”, traduzindo em miúdos, tudo feito “nas coxas”, sem planejamento.

Por isso me afirmo BRASILIANO, pois fazemos tudo com carinho e dedicação, sem ostentação, e sem grandes custos, pois é nosso modo de viver. Mas tudo com muita seriedade.

Seriedade esta que nos fez levantar a “BANDEIRA DO DRUGS FREE”, que muitos foram contra, mas conseguimos com muita “luta”, mostrar que nosso cavalo tem que viver sem drogas, como nossa família. Que no DRUGS FREE é mais barato, que atrai mais gente, que beneficia a genética, a boa criação, que dá longevidade ao cavalo. Uma dura batalha, onde todos hoje comemoram, Criamos alguns inimigos, mas valeu a pena.

Agora, como BRASILIANOS, vamos a mais “duas batalhas”:

• Ao fim da inadimplência no Jockey Clube de Sorocaba e
• A do registro dos animais nas datas corretas de seu nascimento.

O fim da inadimplência privilegia a entidade! Faz valer a lei: “só corre quem está em dia”, acaba como “jeitinho brasileiro”. Não é justo um devedor correr contra quem não deve.

Não é justo o Jockey levar a fama de mal pagador, porque não recebe de alguns para pagar os credores. Se for cumprido a lei das chamadas feitas pelo Jockey que diz, “somente serão aceitas inscrições de proprietários e profissionais em dia com a entidade”, acabamos com o “jeitinho brasileiro” e criamos uma sociedade de BRASILIANOS, sem ninguém levar vantagem e teremos um Jockey Clube sadio, saudável e muito mais respeitado.

Mudando de assunto, outra de nossas bandeiras é acabar com o “jeitinho brasileiro” das datas de nascimento. Esta batalha é difícil, complicada de se fazer respeitar, pois depende de cultura, a cultura de “não querer levar vantagem”, a famosa “Lei de Gerson” brasileira.

De acordo com a Associação Brasileira do Cavalo Quarto de Milha, o ano hípico inicia em 01 de julho.

Isto quer dizer, que animais são “enturmados” nas competições, por suas idades hípicas, então um animal que nasce em julho, compete com outro que nasceu em outubro, por exemplo, na mesma categoria, pois fazem parte da mesma geração.

Chama-se de animal “bem nascido” aquele que nasce o mais próximo possível de 01 de julho, pois em 01 de julho do outro ano, ele fará um ano hípico, bem próximo do seu aniversário real.

Outro nascido em outubro, fará um ano hípico, também no 01 de julho do próximo ano, mas enquanto o primeiro tem quase 12 meses ao completar um ano hípico, e o nascido em outubro, terá próximo de 9 meses.

O que todos os “brasilianos” sabem, é que tem muito criador brasileiro, registrando o seu potro que nasce em abril ou maio como nascido em julho, fazendo a “Lei de Gerson” brasileira. Este potro, quando chegar em 01 de julho do próximo ano, terá na verdade 15 meses completo, e competirá com aquele nascido em outubro de 9 meses. Injustiça total, concorda?

O justo é o justo, NÃO TEM “MEIA GRÁVIDA”, e nós queremos uma competição justa, temos que lutar a favor das datas de nascimento JUSTAS.

Ninguém é contra, por exemplo, um potrinho que adianta o parto e nasce em fim de junho, e é registrado como julho, o que não se pode permitir é nascimentos de MARÇO, ABRIL, MAIO e JUNHO, com registro em julho.

Te convido para mais esta luta, a favor da competição justa e honesta, venha com o Vista Verde a favor do DRUGS FREE – turfe livre das drogas, do SÓ CORRE QUEM TÁ EM DIA, e do REGISTRO NA DATA CORRETA!

Recebi outro dia a Revista da BOB MOORE FARM, conceituado Haras Americano que cria e presta serviços ao Quarto de Milha de Corrida. Vi um importante artigo sobre a reprodução, e quero compartilhar com vocês.

Vale salientar que não sou veterinário, não tenho a experiência nem base científica para falar sobre assunto tão importante, mas como criador e objetivando auxiliar alguns criadores que como eu, se aprofundam por amor e curiosidade nos assuntos, querem ter melhores resultados na Temporada de monta.

A reportagem fala sobre como manusear as baixas doses de sêmen (e eles consideram baixas doses de sêmen aquelas doses com 1 bilhão de espermatozoides) que chegam ao haras para cobrir as éguas.

Vou traduzir algumas coisas que achei importante:

• Objetivo: emprenhar as éguas o mais rápido possível, em menor número de ciclo possível.
• Pouca coisa mudou sobre o assunto nos últimos 30 anos.
• Dose a se enviar é de 1 bilhão de espermatozoides com mobilidade progressiva, com diluição de menos de 20% de plasma seminal, mantendo uma concentração entre 25-50 milhões de espermatozoides por milímetro, obtendo um volume total entre 30 e 60 milímetros.
• Esta linha mestra foi determinada pelo Dr. Bill Picket, baseada em suas pesquisas, para estabelecer qual era o mínimo necessário de espermatozoides necessários para conseguir bons índices de prenhes por ciclo na fazenda.
• Recomenda sempre pedir dose 48 horas antes, e na pior das hipóteses cancelar.
• Com bons cuidados, deve-se conseguir de 60 a 85% de prenhes por ciclo.
• Os melhores resultados são em éguas que ovularem nas próximas 24 horas após serem  inseminadas.
• O maior custo é cobrir uma mesma égua por mais de um ciclo.
• Nenhum outro fator influencia mais os níveis positivos de prenhes, do que o intervalo entre inseminação e ovulação.
• Este simples fator, é mais importante que a motilidade do sêmen, número e volume de sêmen. Por isso, por mais que pareça estressante, não há algo mais importante a se perseguir do que sua égua ovular até 24 horas pós cobertura.
• Um estudo científico da Universidade do Estado de Colorado, dividiu 3 grupos de éguas que foram inseminadas com sêmen coletado em até 24 horas:

– Grupo 1: 25 éguas cobertas com 1 bilhão de espermatozoides com motilidade progressiva com ovulação da égua inferior a 24 horas pós inseminação: resultado 64% de prenhes.

– Grupo 2: 29 éguas cobertas com 1 bilhão de espermatozoides com motilidade progressiva com ovulação da égua 48 horas pós inseminação: resultado 31% de prenhes.

– Grupo 3: 25 éguas cobertas com 2bilhões de espermatozoides com motilidade progressiva com ovulação da égua 48 horas pós inseminação: resultado 41% de prenhes.

•  O intervalo de ovulação da égua TEM QUE SER MENOR QUE 24 HORAS para se obter bons índices de prenhes.

Boas práticas para se trabalhar com estas baixas doses de sêmen:

1)   24 horas antes de cobrir a égua deve ter um folículo de 35 mm e dada uma droga para ovular (desorelina). MESMO QUE VOCÊ ACHE QUE A ÉGUA VAI OVULAR NA HORA CERTA, SEM A NECESSIDADE DO MEDICAMENTO, RECOMENDAMOS QUE VOCÊ DÊ ASSIM MESMO. Mesmo com toda nossa experiência, as éguas tendem a atrasar a ovulação de um folículo assim, mais do que antecipar. DESORELINA é mais barato do que despesas adicionais que teremos caso necessitemos pedir mais uma dose de sêmen, ou se perdermos este ciclo.

2)   Como sêmen tem em pouca quantidade para atender as solicitações, em especial nos meses de alta concentração de éguas a serem cobertas, por garanhões da moda, peça sempre o sêmen com 48 horas de antecedência de preferência, para garantir seu lugar na fila.

3)   A fertilidade é sempre melhor com sêmen fresco. Se der, dê preferência para ter a égua no local onde se coleta o sêmen.

4)   Tenha certeza que seu veterinário esteja preparado para colocar a baixa dose de sêmen na “ponta do corno”.

5)   Se não for inseminar na hora que este sêmen chegar, ou se for usar uma segunda dose de inseminação (dose reserva, para mais tarde, caso a égua venha atrasar na ovulação), troque os blocos de gelo da caixa ou mova o sêmen para a geladeira, pois os equiteiners perdem sua capacidade de manter a temperatura apropriada por mais de 24 horas.

Achei positiva a matéria e para mim, aprendo sempre com isso.

A temporada de monta começa agora no início de agosto, e é quando os futuros craques começam a ser produzidos.

Inicia-se em agosto, por causa do ano Hípico. O cavalo Quarto de Milha faz ano hípico todo dia 01 de julho. Esta é a forma de se “enturmar” a geração.

Os Futuritys (Torneio Início, Megarace, Super Speed, Brazilian Futurity, etc), são para animais de 2 anos hípicos. Neste ano, correram estas provas os animais nascidos a partir de julho de 2013. Fizeram 1 ano hípico em 01/07/2014, 2 anos hípicos em 01/07/2015 e correram no 1º. semestre de 2016, com estes 2 anos hípicos.

Funciona muito parecido com estudantes na escola. Aos 7 anos os alunos entram no 1º. ano da escola elementar. Tem aluno que faz aniversário em janeiro e outro em agosto. Ou seja, o de janeiro terá 7 anos, em janeiro e o de agosto entra com 6 anos e só fará 7 anos de verdade em agosto.

Assim funciona com a “enturmação” dos cavalos. Em 1º. de julho fazem ano hípico.

Da mesma forma que uma criança de janeiro terá mais rápido aproveitamento no 1º. ano, que outra que nasceu em agosto, a “teoria” mostra que um animal nascido em julho/agosto, tem mais precocidade que outro nascido em outubro/novembro. O que não é regra. O melhor cavalo do mundo de todos os tempos na reprodução FIRST DOWN DASH (que como atleta também foi espetacular, ganhando mais de US$ 800.000), nasceu em maio (nos EUA), que equivale a novembro no Brasil, já que lá o ano hípico é 1º. de janeiro.

No exemplo acima, um potro nascido em julho de 2013, correu o Torneio Início de 2016 em março, com 2 anos e 8 meses, enquanto que o que nasceu em novembro de 2013, correu com 2 anos e 4 meses.

A única coisa triste nesta história, é que alguns criadores, começam a cobrir suas éguas muito antes da data oficial de início da temporada. Seu animal nasce antes de julho e ao registrá-lo ele registra como nascido após 01/07, fazendo com que no futuro, este seu animal corra contra os outros com vantagem na idade.

Mas, isto é a famosa “Lei de Gerson”, onde um quer levar vantagem na “malandragem”, fazendo algo que “não é justo”. Felizmente “mentira tem perna curta” e estes criadores são conhecidos. O melhor é sempre fazer o CERTO!

A TEMPORADA PARA OS JUSTOS COMEÇA EM AGOSTO.

Qual o melhor cruzamento para a suas éguas?

Infelizmente (ou felizmente) não existe uma resposta única e absoluta para esta questão. Se fizer esta pergunta a mais de uma pessoa, é quase certo que terá mais de uma resposta do melhor cruzamento.

Basicamente, deve-se pensar em dois quesitos:

Genética: Qual o sangue que melhor cruza com o pedigree de minha égua?

A forma clássica de responder isso é pensando em quais cruzamentos deram certo nas pistas e tentar replicá-los com o sangue de sua égua. Pense nos pedigrees dos melhores cavalos brasileiros e americanos e tente fazer coisa parecida para chegar no seu melhor cruzamento.

A outra parte da genética é a quantidade de sangue de um determinado garanhão ou égua existirá dentro do pedigree do futuro potro: o “inbreeding”, quando há concentração de sangue, ou “outcross”, quando as linhagens não se repetem na parte paterna e materna.

Morfologia: O que falta ou deve ser melhorado no físico de minha égua?

Para isso é necessária uma análise criteriosa da égua. Observe-a. Peça para amigos te ajudarem nisso. Peça ajuda para profissionais quando achar necessário.

Se quiser um filho maior que a mãe, coloque um garanhão que aumenta o tamanho dos filhos. Se achar que falta empurrador, coloque um garanhão que transmita esta qualidade, e assim por diante.

Planejamento é a chave do sucesso para qualquer coisa na vida. Para planejar suas coberturas, você precisa de estudo e informação e assim chegará no melhor cruzamento.

Uma boa dica de fonte de informações sobre garanhões é o GUIA DE GARANHÕES: www.guiadegaranhoes.com.br