outubro 04, 2012 Por Haras Vista Verde

OPINIÃO – QUANDO É A HORA DE UM ATLETA PARAR?

Em muitas consultas que recebemos, e algum bate-papo com amigos carreristas e criadores, sempre somos questionados: “Até quando um cavalo pode correr?”

A resposta a esta pergunta foi em parte respondida hoje com o anúncio da aposentadoria do Campeão Mundial de Fórmula 1 – Schumacher.

Você pode perguntar, “O que uma coisa tem a ver com a outra, um piloto e um cavalo de corrida?”, eu te respondo: Tudo! Ambos são atletas, ambos são exigidos ao máximo, ambos vivem por melhoras de milésimos de segundo, ambos vivem no limite da performance.

Schumacher começou na Fórmula 1 em 1991. Foi 7 vezes campeão mundial (Heptacampeão), uma façanha única, de alguém que foi o melhor do mundo por uma geração. Parou de correr em 2006, voltou em 2010, e de lá para cá, um único pódio.

Como pode um supercampeão retornar e não conseguir os mesmos resultados que tinha antigamente? Ele mesmo responde: “Tinha dúvidas há algum tempo se eu tinha energia para continuar. Em 2006, disse que minhas baterias estavam esgotadas. Agora, elas estão no vermelho”, disse Schumacher. “Não sei se há tempo de recarregá-las, mas estou ansioso para aproveitar minha liberdade. Apesar de ainda me sentir apto a competir com os melhores pilotos, chega uma hora em que é preciso dizer adeus. Não é meu estilo continuar se eu não estou 100%, e, por isso, a decisão me deixa aliviado”.

A mesma coisa acontece com um cavalo de corrida. Para chegar ao topo, é muito difícil. Nos Estados Unidos, apenas 2,5% dos cavalos Quarto de Milha que estreiam nas corridas, chegam a colocar-se (primeiro, segundo ou terceiro) em prova clássica (Grupo 1, 2 ou 3). Manter-se no topo é mais difícil ainda.

Tem que saber que para ganhar em esportes, precisa estar 100%, senão, o melhor é parar… Isso vale para o Schumacher, isso vale para os cavalos de corrida. Portanto, quando te perguntarem, “Até quantos anos corre um cavalo?”, a resposta é simples: Enquanto ele estiver no máximo. 100%. Quando começar a sentir que correr é um trabalho e não uma diversão, esta é a hora de parar. De buscar uma nova diversão, seja no Tambor, ou na Vaquejada… até que nestas modalidades, o prazer vire trabalho… Quando isso acontece é hora de parar.

Isto vale para o criador de cavalos também. Cuidado, quando o prazer virar trabalho é hora de parar. O segredo para isso não acontecer? Diminuir. Conhecer cada potro que você idealiza e produz. O nome, o pedigree, o desenvolvimento… Conhecer tudo de cada um… esta é a arte de criar.

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