Ben Hudson é Proprietário e Editor da Revista TRACK, fez uma matéria na sua revista mensal, e reproduzi aqui abaixo, já traduzida.
Ben Hudson
Ao pedir a sua autorização para publicar, Sr. Ben Hudson, pediu-me para enviar um abraço a toda comunidade turfística do Brasil, proprietários, treinadores, criadores e profissionais. Pediu para informa-los que ele sempre gostou muito de todas as viagens que fez ao Brasil, e tanto ele como a Cristine (sua esposa), estão se programando para vir novamente este ano.
Pediu também para transmitir que ele, e todo o Comitê de Corrida da AQHA estão muito orgulhosos da maneira como estamos fazendo os exames de antidoping.
Vale a pena ver a matéria publicada:
Estou cansado de escrever colunas sobre o modo como certas pessoas deste negócio, estão abusando dos cavalos com medicamentos ilegais. E aposto que muitos de vocês estão cansados de ler sobre essas coisas.
Embora eu seja o primeiro a admitir que houve algum progresso no combate ao uso de medicamentos ilegais nas corridas, ainda há muito a ser feito.
No Novo México, Texas, Louisiana e Oklahoma, os exames apontados como positivos para clenbuterol ou albuterol continuam bastante comuns.
Em Oklahoma, um treinador de destaque obteve recentemente um punhado de exames positivos.
Em outubro, realizaram a “AQHA Racing Conference em Albuquerque”, e não pude comparecer. Meu colega de trabalho Mark Herron, que é membro do Comitê de Corrida da AQHA, estava lá. E ele me contou um pouco sobre o que foi discutido.
Durante a reunião do Comitê de Corrida, Keith Nellesen se manifestou, assim como Lance Robinson e Fran Cavenaugh, que junto com seu marido Donald têm um investimento muito pesado nesse negócio.
Muito ativa na rede de concessionárias de automóveis de sua família e ativa no Haras “Cavenaugh Quarter Horse”, Fran também é a representante do estado no Arkansas no Comitê.
Outro dia, Fran Cavenaugh postou em sua página no Facebook, algo muito interessante, e com sua permissão está aqui:
“Este é um convite aberto para que todos nós, participantes das corridas de cavalos, nos unamos para causar um impacto positivo em nosso esporte. Está na hora de nos mantermos em um padrão mais alto e trabalharmos juntos para resolver os problemas do uso de drogas ilegais em nosso esporte.
Como proprietários, eu e meu marido, investimos dinheiro e tempo na compra de cavalos, na criação de cavalos, nos cuidados com meus cavalos e no treinamento de meus cavalos. Como proprietário, quero garantir que todos os meus investimentos estejam bem colocados. Se não tivermos condições de jogarmos limpos e em condições iguais para todos, meus investimentos não estão bem colocados. É hora de parar de dizer: ‘sempre fizemos dessa maneira’. É hora de começar a dizer: ‘é hora de mudar’.
“A única maneira de fazer mudanças reais acontecerem nas corridas de cavalos é responsabilizar os responsáveis pelo bem-estar do cavalo – o proprietário. O nome do proprietário está nos documentos de inscrição, o proprietário é quem mais se beneficia com as corridas ganhas e o proprietário é quem paga o treinador. Quando dizemos que os proprietários não sabem o que seus treinadores estão fazendo, estamos apenas nos enganando. Para os proprietários que dizem “não sei”, desafio você a saber exatamente o que seus treinadores estão fazendo. É o seu cavalo e seu investimento de tempo e dinheiro. Para aqueles que dizem ‘se responsabilizarmos os proprietários, eles deixarão as corridas’, eu diria que, se deixarem as corridas porque não querem ser responsabilizados pelo bem-estar de seus cavalos, eles realmente não precisam possuir um cavalo ou corrida.
“Acredito firmemente que os proprietários que deixariam as corridas porque seriam responsabilizados são os que não cumprem as regras. Existem muitos, muitos de nós nas corridas, que amam e valorizam nossos cavalos.
Queremos o melhor para eles. Queremos ganhar, mas queremos ganhar com base na capacidade deles e não porque eles estão tomando medicamentos para melhorar o desempenho. Queremos uma corrida justa, queremos que nossos cavalos estejam limpos e queremos que o esporte seja um esporte em iguais condições para todos. Se você quer ganhar a qualquer custo e está disposto a arriscar a vida do seu cavalo, não merece correr.
“Para meus colegas proprietários, peço que você se junte a mim nesta luta. Vamos concordar que somos os responsáveis, se usarmos treinadores que não cumprem as regras. Se você tem um treinador que não o quer visitando as cocheiras, pergunte a si mesmo por quê? Faça sua pesquisa. Descubra o seu treinador e a história deles. Eles têm testes ruins? Não olhe apenas para a proporção de vitórias. Veja como eles vencem.
Meu pai costumava dizer: ‘você não pode vencer o tempo todo’. Se você tem um treinador que está ganhando o tempo todo, pergunte-se como isso é possível.“Por muito tempo, fechamos os olhos para esta questão. Agora é hora de fazer as alterações necessárias. Se não o fizermos, os ventos estarão contra nós e não haverá corridas.
Se não fizermos essas mudanças, as pessoas que participam honestamente, de acordo com as regras, ou pararão de investir no esporte e desistirão, ou dirão “se eu não puder vencê-las, vou me juntar a elas”. Será a morte das corridas de cavalos como a conhecemos e amamos.
“Não há nada mais bonito que um cavalo, e nada mais elegante que ele correndo. Eles são uma coisa de verdadeira beleza. Temos o privilégio de possuir e cuidar desses animais majestosos. Vamos fazer com responsabilidade. Está na hora da mudança.’ # Timeforchange”.
Me agrada o fato dos Cavenaughs terem adotado essa posição, assim como me agradou há vários anos, quando Micah McKinney, da Reliance Ranches, avançou com o DRUGS FREE num esforço para limpar essa bagunça, oferecendo até bônus, àqueles que corriam seus cavalos livres de ilegalidades e medicamentos proibidos.
Sem o Sr. Ed Allred e algumas das coisas que ele fez em seu hipódromo de Los Alamitos, não sei se ainda estaríamos correndo cavalos hoje.
Algum progresso foi feito no Novo México. Alguns em Oklahoma. Alguns em Iowa. Mas ainda há muito o que fazer. Durante um leilão en Oklahoma, num seminário, foi proposto que a AQHA adotaria o Programa de Violação de Medicamentos Múltiplos da ARCI (Association of Racing Commissioners International), e que penalizaria proprietários, treinadores e cavalos por vários testes positivos. Infelizmente houve muita pressão contra.
Não sei se alguma vez, aprovaremos regras ou leis que penalizem os proprietários cujos cavalos são treinados pelos viciados em dopar os cavalos que eles estão “treinando”.
Meu amigo Mark e alguns outros me disseram que houve muita conversa durante a recente Conferência de Corridas da AQHA, sobre como suspender proprietários. Já há muita conversa sobre isso a muito tempo, inclusive para suspender os veterinários, por seu papel na distribuição de substâncias proibidas para os cavalos de corrida.
Aqui estão algumas coisas que você deve considerar, antes de dar outro cavalo a um treinador. Olhe para os sites da AQHA, da ARCI, do Jockey. Lá você pode encontrar resoluções com os nomes de indivíduos que tiveram decisões contra eles. E, como Fran sugere, entre no Grupo de Cocheira dos treinadores. Se você não for bem-vindo lá a qualquer momento, você e seus cavalos provavelmente nunca deveriam estar lá.
Todo mês recebo cartas, e-mails, telefonemas e mensagens de texto de pessoas sobre os testes de antidoping e os resultados e treinamentos positivos.
Eu ligo para algumas pessoas. Envio algumas anotações. Discuto com alguns. Discordo de outros. Desejo que todo mundo que me enviar um comentário assine.
Eu gosto de vários destes treinadores que tiveram testes ruins (positivo para drogas proibidas). Alguns deles eu conheço há décadas. Eu tenho caçado com alguns deles. Pescado com alguns deles. Joguei golfe com alguns deles. Riu com alguns deles. E discordo de alguns deles. Alguns que eu não conheço. Não estou dizendo que sejam culpado, porque nunca tenho todos os fatos. Eu sei que quando os cavalos repetidamente não conseguem voltar para tirar fotos depois de vencer uma corrida, esses cavalos não devem estar em treinamento.
E é mais do que provável que os treinadores desses cavalos não devam receber cocheiras num hipódromo de corrida ou mesmo receber uma licença de treinador. T
odos nós precisamos fazer um trabalho melhor de policiar esse negócio antes que alguns políticos ou “ONGs” de Whashington (ou Brasília) criem uma agenda para acabar com as corridas de cavalos. Obrigado pela atenção.
Vou agora alimentar meus cavalos, esfregá-los e conversar com eles. Vou dizer aos futuros potrinhos que, quando os vendermos, esperamos que os novos proprietários não os dêem a um treinador usa de trapaça para tentar vencer.